Do Caos ao Despertar (parte 1)
Olá!
Aqui estou eu de novo para contar um pouco mais da minha história... farei uma sequência de posts, pois um fato levou ao outro e fica de melhor compreensão.
Como relatei anteriormente, eu sofria muito com as cólicas menstruais, dores absurdas! Pra começar, aos 12 anos, já na menarca, a dor foi tanta que desmaiei! Meu pai acompanhou um pouco mais de perto o sofrimento, pois como vocês já sabem, fui morar com ele na adolescência. Todo mês era um inferno. Sem falar nas dores nas costas, que de madrugada pioravam e eu acordava meu pai aos prantos. Fiz vários exames, tanto para a dor nas costas – que até hoje não sei exato porque tenho isso sempre – como por conta das cólicas, dos sangramentos em excesso. 
A medida que os anos passavam, a dor piorava, o sangramento aumentava! Aos 20 anos, num feriadão de 07 de setembro, todos viajaram, mas eu não quis ir por conta do meu namorado da época, queria ficar com ele, óbvio! De repente, estávamos na sala da minha casa quando comecei a sentir uma dor aguda na região pélvica, do lado direito. Fomos à emergência, pela localização da dor, já foram logo dizendo: “aqui não tem ginecologista!”. Mas eu nem sabia o porquê da dor! Só queria que me dessem algo para parar aquilo. Fui atendida, tomei uns remédios para dor e fiquei em observação. A dor não cedia, mas era tarde e decidimos que era melhor não ligar pros meus pais, pois poderia ser uma besteira e eu ia acabar com a diversão deles.
Amanheceu e eu seguia com muita dor, começaram a cogitar cirurgia, suspeita de apendicite. Agora, realmente precisava avisar a minha família. O negócio estava ficando sério! Mas a tomografia nem sequer achou o apêndice! E agora? Resolveram que era melhor eu ser transferida de hospital, para ser examinada por um ginecologista e descartar outras possibilidades. Meus irmãos então me levaram ao outro hospital, fiz exame clínico e nada foi identificado de anormal. Fiz um ultrassom: havia líquido livre na bexiga, no entanto, nada do meu apêndice. Três dias se passaram, milhares de médicos me examinaram. Ninguém sabia o que eu tinha, até que chega um, faz exame clínico e decide: é apendicite. Fui ao bloco cirúrgico, cirurgia aberta (anos depois um cirurgião ginecologista me questionou porque fizeram aberta em 2007 se já se fazia por video a cirurgia de apendicite!) 
No outro dia chega o médico para me avaliar e diz: “Olha, era apendicite mesmo, retiramos o apêndice e já foi pro laboratório (gente, geralmente a família é quem manda pra biópsia, mas nunca nem vimos o danado), mas encontramos um cisto no seu ovário direito e tiramos, para ficar tudo limpinho”. Atentem-se para esse detalhe da conversa. Eles fizeram uma cirurgia exploratória, havia um cisto no meu ovário. Mas enfim, eu era nova, não entendia nada de medicina e só queria me livrar da dor. 
Apenas quando eu estava morando em Salvador, aos 24 anos, vivendo em uma união estável, quando eu tive uma menstruação fora do comum que me debilitou ao trabalho, com sangramento que não parava de jeito nenhum há mais de um mês, fui a uma médica indicada por uma colega que me disse que eu tinha com certeza endometriose, pelos sintomas, e que pelo meu estado, não esperaria exames, iria direto para a videolaparoscopia e videohisteroscopia, e que a depender do grau e da situação encontrada, eu poderia não ter filhos. Saí arrasada da consulta! E me sentindo só. Longe da família e vivendo com um homem que não estava assim tão interessado em ser companheiro. Fiz a cirurgia, minha mãe e madrinha foram a minha casa para me ajudar. Diagnóstico pós cirurgia: realmente tinham focos de endometriose e aderências. O laudo ainda sairia e eu acabei nem indo buscar logo, queria só voltar ao trabalho. 
Continua no próximo post...
Comentários
Postar um comentário